FAXINA CULTURAL - O MANIFESTO

Este site surge para questionar toda a natureza da dita “música popular” do Brasil. Principal responsável pelo processo de imbecilização do nosso país, a música popularesca marcha pela sua tomada de poder, através de suas canções piegas ou cafonas, ridículas ou melosas, algumas com alto teor pornográfico, outras com humor demais e música de menos, e outras com falsa empatia, como se o carisma de um ídolo estivesse acima de qualquer competência musical.

Não é fácil definir o que é popularesco, o que é brega. Seus intérpretes renegam este rótulo. Alguns intelectuais os protegem como filhos bastardos. Vários intérpretes, oportunistas, gravam covers de MPB para tentar calar as vozes daqueles que recusam a admiti-los como “irmãos” do mesmo universo musical de Tom Jobim, Milton Nascimento e Elis Regina.

Os defensores dessa “música popular” querem enganar a opinião pública tentando disfarçar a mediocridade musical pelo bom-mocismo, pelo sentimentalismo e pelo espírito de brincadeira. Como se tudo isso substituísse a concepção melódica, a composição musical. E, por trás disso tudo, condenam o povo a permanecer sempre na sua mentalidade grosseira e idiota, sob o pretexto da "música popular" só ser "espontânea" quando é medíocre.

Quantos péssimos cantores ficam vendendo bom-mocismo nas revistas e programas de TV? Quantos músicos medíocres buscam seduzir as massas não por algum esforço de talento, mas pelo simples poder de manipular o povo nos concertos e obrigá-los a cantar os refrões? Quantas dançarinas de pagode ensaiam sorrisos infantis depois de rebolarem grotescamente o traseiro, se passando por “inocentes” depois de promover tanta pornografia gratuita, mesmo aos olhos curiosos de desavisadas crianças?

Por isso nosso site será um tanto duro nos comentários e críticas. Não porque temos preconceitos contra pobres, negros, sub-desenvolvidos etc.. Sim porque defendemos a luta desses povos excluídos do mundo privilegiado. Porque sabemos que o povo brasileiro não tem acesso à cultura de verdade, tendo que consumir o ruim, ainda mais agora sob o patrocínio de alguns artistas de MPB e intelectuais mais “generosos”.

Sei que muitos ídolos serão contestados e muitos fãs não irão gostar disso. Mas, convenhamos, eles não fazem MPB, não são música brasileira autêntica. Afinal, breganejos, pagodeiros, axézeiros, funkeiros e demais popularescos seguem as regras do capitalismo cultural, se enriquecendo e fazendo perpetuar a estrutura de poder, enquanto, por outro lado, se beneficiam às custas da boa-fé do povo e da ingênua carência das pessoas pobres, que, desconhecendo os valores culturais verdadeiros, usam do sentimentalismo para legitimar esses ídolos mercantilistas, que impedem que a verdadeira música popular, aquela cujo compromisso é apenas com a música, seja acessível para mais pessoas.
Fonte: Faxina Cultural