quinta-feira, 31 de março de 2011

ENTRE A VERDADE E A PROSA



É preciso ter estômago de porco para engolir tanto excremento, ficar prontinho para o abate e não dá um ronco sequer. Há uma palavra de ordem no teatro que diz Merda. Merda é desejo de boa sorte aos artistas que entram no palco para o deleite da platéia.
A famosa bacia da bosta na entrada da cidade compõe o cenário real da imagem fisiológica, esta e mais esta, fora a questão da morte ideológica, e não me atirem a primeira pedra em cena que não sou Maria Madalena, me chamo José, filho de um José lavrador. Peço perdão aos puristas, historiadores e defensores patológicos da situação. Não é preciso tapar os ouvidos, basta pensar um pouco e prestar um pouquinho mais de atenção na nossa história politica. Carnaubais, bafejada pela brisa do oceano ou baforada pelo bafo do engano? É fácil achar a solução e acertar uns dez na prova. Que calmaria gostosa transmite o nosso hino, que frescor oceânico vem do que outrora nos pertencia. No repouso à beira mar um baluarte da terra descansa nos seus aposentos reais, relaxa e sonha abrir as águas para a atravessia da multidão, ergue o estressado cajado e o caminho se faz para os fiéis escolhidos. Palmas, muitas palmas, milhares de palmas pelo sortimento ilusionista que produz nosso torrão acolhedor. Dizer amém, amém, amém é a palavra de ordem para ser reconhecido como agente do presente, do passado e do futuro de contos alados. Alguém metido a sabido usa toda a sua sabedoria para chegar facilmente a praia, cega um olho para ter um olho só e se torna rei interino dos cegos. Um Zé Ninguém metido a besta pergunta ao mar bravio: Quem é Ele deitado na rede? príncipe? ditador? dirigente? pai de santo? gente? pescador de gente? Gente deveria ser, não sei mais responder o que hoje enxergo. Uma voz responde do outro lado do sol, além mar: Eu sei, sei, eu sei, é alguém corajoso desejando matar a fome do nosso povo servindo pratos de sal grosso.

 Zelito Coringa

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