quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Uma sombra de saudade
Quando olho pra estrada
Fico triste a pensar
Acabou-se a poeira
Agitada no pisar
Das alpargatas que vinham
Caminhando sem parar
Onde esta o meu nordeste
Que cantou o rei do baião
O velho carro de boi
Nas estradas do sertão
O carreiro de carreira
Que boa recordação
E a boiada passando
Onde será que ela estar
O vaqueiro se escondeu?
Ou se esqueceu de buscar?
E os bois passam chorando
Onde carros vão passar.
As quadrilhas não são mais
Como contam meus valores
As meninas matutinhas
Deixaram de ser primores
Hoje são estilizadas.
Enfeitadas com louvores.
Me responda como foi?
O que fez tudo parar?
Foi a tal modernidade
Que só veio acabar
Levando minha esperança
No matulão meu penar.
O que foi que aconteceu
Com o forro do sertão?
Não é mais o arrastapé
Cantado por Gonzagão
Onde a sanfona gritava
O hino do meu torrão.
O homem deixou de ser
Guiado pela enxada
De limpar o seu quintal
Acordar de madrugada
Virou apenas robô
No meio dessa jornada.
Um dia são heróis
Preservando a natureza
Outro dia, homem bomba
Destruindo tal grandeza
Que foi criada por Deus
Com capricho e com beleza.
Onde esta as criancinhas
Que brincavam sem parar?
Suas cantigas de roda
Como vou admirar?
Se as musicas de hoje em dia
Não são mais as melodia
Que embalou meu ninar.
Fica então o meu pensar
Procurando uma razão
Será verdade que um dia
Vaqueiro foi profissão?
Ou será que seu cavalo
Não voltara pro embalo
Das quebradas do sertão.
Aldinete Sales- aluna do curso de HISTÓRIA DA UERN/ASSU-RN
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